Resinagem em Portugal: Um Foco de Esperança

"O setor da Resinagem em Portugal, depois das fulgentes décadas de 60, 70 e 80, e posterior declínio, parece voltar agora a despertar interesse para os profissionais do setor. A criação da primeira associação dedicada exclusivamente a esta fileira, a ResiPinus, é exemplo disso mesmo. Porém, com a área ardida nos últimos anos em território luso, é impossível pensar em voltar a atingir os mesmos valores nos próximos anos. Mas é também na prevenção e proteção das florestas que esta atividade gera interesse.

Portugal, que foi um dos líderes mundiais deste produto, tendo chegado a produzir 140.000 toneladas em 1984, contrastando com a modesta produtividade mais recente, de 6.000 tn em 2012, ou 4.500 tn em 2009. A resina é formada por várias substâncias (ácidos, álcool e óleo) e da destilação da resina obtêm-se dois produtos para a indústria de 1ª transformação: a terebintina (ou aguarrás) e a colofónia (também conhecida por pez). Depois da matéria-prima transformada, ela passa por uma outra indústria (a de 2ª transformação), onde os produtos derivados terão como destino os mais diversos fins, desde a área da medicina e indústria farmacêutica até às borrachas, passando pela cosmética e até mesmo a indústria alimentar (pastilhas elásticas). Em Portugal a resinagem é feita no pinheiro-bravo e também no pinheiro-manso, sendo uma atividade regulamentada por lei.
Atualmente, em Portugal, existem 6 fábricas de 1ª transformação e o mesmo número de empresas na 2ª transformação. Na área do comércio e extração contam-se perto de 100 e, na atividade concreta da extração da resina, os denominados resineiros, existem cerca de 500. Segundo António Salgueiro, vice-presidente da ResiPinus, a produção total de resina em Portugal representa apenas 10% da necessidade de consumo do país. António Salgueiro é também administrador da GIFF S.A., uma empresa de gestão integrada de fogos florestais, e foi por esta via que entrou na atividade da resinagem, devido ao potencial desta na prevenção de incêndios, que tanto têm afetado o nosso país. Está na área da engenharia florestal desde finais da década de 80, tendo entrado no setor da resinagem há três. Por estar no setor por causa dos incêndios, não se considera o agente tradicional do mesmo. Através da criação de emprego e da gestão dos espaços florestais, António Salgueiro adianta que a resina pode e deve funcionar como um produto indireto que pague essa mesma gestão."

in agrotec.pt

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