Assembleia Geral do Grupo de Gestão Florestal da Abastena

Realizou-se no dia 19 de Março, no Salão da AMA - Academia Musical Arazedense, em Arazede – Montemor-o-Velho, a Assembleia Geral do Grupo de Gestão Florestal da Abastena (GGFA).

Numa sessão que contou com cerca de 200 participantes, foi apresentado o Relatório de Gestão referente ao ano 2015, tendo ficado evidente que, apesar de algumas alterações desfavoráveis no mercado da madeira certificada, o crescimento da certificação se mantém.

Em 2015, o GGFA cresceu cerca de 40% em número de membros, saltando para 609, tendo a área certificada mais que dobrado, chegando no final do ano a 9.361 ha com uma dispersão que alcança perto de 80 concelhos.

O Eucalipto tem a maior ocupação, com cerca de 50% da área, chamando a atenção a percentagem de áreas de conservação, que ocupam cerca de 20% da área. Com a inclusão da produção de cortiça no âmbito da certificação, a área de montado de sobro chegou aos 1.095 ha, representando pouco mais de 10% da área.

A área de Pinho Bravo também praticamente duplicou, ascendendo a perto de 600 ha, um número que ainda está muito aquém do que a Administração da Abastena gostaria de alcançar no âmbito do GGFA. Na Assembleia, mais uma vez foi chamada a atenção para a importância e necessidade de mais investimento no Pinhal, com boas perspectivas de mercado para os diferentes produtos que se podem obter ao longo de todo o ciclo produtivo (biomassa, varas, postes, rolaria fina para trituração, rolaria para processamento e rolaria grossa para serração).

A BFA - Bolsa de Fornecedores da Abastena, constituída por pequenas e médias empresas habilitadas para fornecerem material certificado FSC, também cresceu (mais de 10%), contando no final do ano com 106 membros.

À Assembleia Geral foi apresentada a versão de teste da nova Base de Dados, deixando antever uma ferramenta de grande utilidade, tanto para a Abastena, como para os membros dos grupos.

Foi também apresentado o primeiro Plano de Gestão Florestal do GGFA, que aguarda aprovação pelo ICNF, abordando-se a questão da dinâmica da sua actualização anual, relativamente à qual foi necessário obter o consentimento dos membros para cedência de informações das áreas às Câmaras Municipais.

Outro tema de destaque foi o dos processos de licenciamento de plantações e as contra-ordenações aos Proprietários Florestais pelas suas más Práticas Florestais, essencialmente relacionadas com preparações de terreno que são executadas com recurso a “máquinas giratórias com balde” e o desrespeito pelo estabelecido nas Licenças.

Na parte final da Assembleia foram feitas importantes chamadas de atenção, nomeadamente sobre as mais-valias do GGFA (para além da “financeira", o benefício associado a levantamentos, base de dados com informações relevantes, Plano de Gestão Florestal aprovado, apoio técnico, formação, etc.), sobre o papel dos Membros da BFA no processo de certificação, e os desvios de conduta e a falta de ética na Cadeia de Custódia.

Por último, foram apresentadas as perspectivas para 2016, prevendo-se que se mantenham as tendências de crescimento, tendo havido já um reforço quer de equipas quer de recursos disponíveis, de modo a acompanhar esse crescimento.

No final da Assembleia, como já vem sendo hábito, teve lugar o almoço-convívio com os participantes da Assembleia, no espaço da ACREDA – Associação Cultural Recreativa Educativa e Desportiva do Amieiro.