Certificação da Gestão Florestal
FOREST STEWARDSHIP COUNCIL® (FSC®)

Lógica e fundamentos da Certificação da Gestão Florestal
A crescente consciencialização sobre a destruição e degradação das florestas tem levado a sociedade em geral, e em especial os consumidores e utilizadores de produtos e recursos florestais, a exigir que as suas acções, de compra ou de uso de madeira e de outros produtos e serviços de origem florestal, não contribuam para a degradação, mas sim, que ajudem a assegurar a vitalidade desses recursos.
A resposta a esta tendência tem sido dada através de programas de certificação florestal, que procuram, através de padrões de gestão amplamente aceites, reconhecer e destacar produtos e serviços florestais obtidos de forma adequada e responsável.
Desta forma, a certificação representa uma mensagem credível que é passada para os consumidores e utilizadores, ao longo de toda a cadeia produtiva, conferindo aos produtos e serviços que apresentem tais "marcas", sendo a principal a do FSC - Forest Stewardship Council, a preferência de escolha e um maior valor.
Processo de certificação
O processo de certificação é levado a cabo por organizações independentes, acreditadas pelo FSC, designadas por Entidades Certificadoras, que avaliam as organizações e empresas interessadas, recorrendo aos respectivos referenciais normativos aplicáveis: Gestão Florestal, Cadeia de Custódia ou ainda Madeira Controlada. Os certificados têm prazos de validade de 5 anos, destacando-se os seguintes pontos no processo de certificação:
- Declaração de compromisso com o FSC
- Identificação dos requisitos a cumprir
- Preparação e adequação das rotinas e procedimentos
- Avaliação prévia (opcional)
- Consulta pública (Obrigatória para certificação de Gestão Florestal)
- Avaliação principal ou de certificação (concessão do certificado)
- Avaliações anuais de acompanhamento (4 anos)
Princípios e Critérios do FSC
São diretrizes internacionais para a gestão florestal, compreendendo 10 Princípios, cada um desdobrado em diversos Critérios, que descrevem os elementos essenciais ou as regras de uma gestão florestal ambientalmente adequada, socialmente benéfica e economicamente viável.
Princípio 1: Conformidade com as Leis e Princípios do FSC
Princípio 2: Posse, Direitos e Responsabilidades de Uso
Princípio 3: Direitos dos Povos Indígenas (Não aplicável em Portugal)
Princípio 4: Relações Comunitárias e Direitos dos Trabalhadores
Princípio 5: Benefícios da Floresta
Princípio 6: Impacto Ambiental
Princípio 7: Plano de Gestão
Princípio 8: Monitorização e Avaliação
Princípio 9: Manutenção de Florestas de Alto Valor de Conservação
Princípio 10: Plantações
Norma FSC de Gestão Florestal para Portugal
O FSC apoia iniciativas nacionais para adequarem os Princípios e Critérios para o contexto do país ou mesmo a níveis mais específicos.
Em Portugal, a Associação para uma Gestão Florestal Responsável (AGFR) tem as funções de representação local e regulação do esquema de certificação florestal FSC em Portugal, tendo elaborado a Norma FSC de Gestão Florestal para Portugal.
Informação e consulta pública
A credibilidade da marca FSC e o reconhecimento que a sociedade tem relativamente à certificação florestal dependem da partilha de informação com as partes interessadas e de uma postura transparente e construtiva por parte dos detentores de certificados.
O FSC condiciona todos os detentores de certificado a disporem de mecanismos de consulta e resposta às questões colocadas por qualquer parte interessada, bem como a assegurar que todos os colaboradores (próprios e contratados) estejam disponíveis para serem avaliados pelas entidades certificadoras.
Na certificação da Gestão Florestal, a entidade certificadora deve ainda realizar, como parte de qualquer avaliação, uma consulta pública sobre o comportamento do responsável pela Gestão Florestal que será avaliada.